Divisão do Império Romano
Constantino I, mosaico em Hagia Sofia
Em 293, Diocleciano criou um novo sistema administrativo, a Tetrarquia. Tal sistema associava o imperador a um co-imperador, ou augusto. Cada Augusto, então, adotou um jovem colega dando a ele o título de césar, para compartilhar seu governo e, eventualmente, para suceder o sócio sênior. Após a abdicação de Diocleciano e Maximiano, no entanto a tetrarquia entrou em colapso, e Constantino I, substituiu-a com o princípio dinástico de sucessão hereditária.
Constantino mudou a sede do império e introduziu importantes alterações em sua constituição civil e religiosa. Em 330, fundou Constantinopla como segunda Roma no local de Bizâncio, que estava bem posicionada nas rotas comerciais que passavam pelo Báltico e Mediterrâneo, ligando Oriente e Ocidente.
Constantino baseou-se nas reformas administrativas introduzidas por Diocleciano. Estabilizou a moeda (o solidus de ouro que introduziu tornando-se uma moeda altamente valorizada e estável), e fez alterações na estrutura do exército. Sob Constantino, o império tinha recuperado muito de sua força militar e viveu um período de estabilidade e prosperidade.
Sob Constantino, o cristianismo não se tornou a religião oficial do Estado, mas gozava da preferência imperial, porque o imperador o apoiou com privilégios generosos. Constantino estabeleceu o princípio de que os imperadores não devem resolver questões de doutrina, mas devem convocar concílios eclesiásticos gerais para esse efeito. O Sínodo de Arles foi convocado por Constantino, e o Primeiro Concílio de Niceia apresentou sua reivindicação para ser a cabeça da Igreja.
O Batismo de Constantino, por Rafael Sanzio, 1520–1524, Vaticano, Palácio Apostólico. Eusébio de Cesareia recorda que, como foi comum entre os cristãos convertidos deste período, Constantino teve um batismo tardio, próximo de sua morte.
O estado do império em 395 pode ser descrito em termos do resultado do trabalho de Constantino. O princípio dinástico foi estabelecido tão firmemente que o imperador que morreu naquele ano, Teodósio I, deixou o cargo imperial em conjunto para seus filhos: Arcádio no Oriente e Flávio Honório no Ocidente. Teodósio foi o último imperador a governar o Império Romano único.
O Império do Oriente foi poupado das dificuldades enfrentadas pelo Ocidente nos séculos III e IV, em parte devido a uma cultura mais urbana e mais recursos financeiros que lhe permitiu aplacar invasões com tributos e o pagamente de mercenários estrangeiros. Teodósio II fortaleceu as muralhas de Constantinopla, construindo o Muro de Teodósio (408-413), deixando a cidade imune a maioria dos ataques. Os muros não foram violados até 1204. A fim de afastar os hunos, Teodósio prestou-lhes tributos (159 kg de ouro).
Seu sucessor Marciano, se recusou a continuar a pagar essa quantia exorbitante Por essa altura, no entanto, Átila já havia desviado sua atenção para o Império Romano do Ocidente. Após sua morte em 453, seu império desmoronou e Constantinopla iniciou um relacionamento rentável com os hunos restantes, que acabaram lutando como mercenários do exército bizantino.
O Império Romano do Oriente em 500
Após a queda de Átila, o Império do Oriente viveu um período de paz, enquanto o Império Romano do Ocidente continuou sua lenta agonía (seu fim é geralmente datado em 476, quando o general romano-germânico Odoacro depôs o imperador titular do ocidente Rômulo Augusto).
Para recuperar a Itália, o imperador Zenão I só poderia negociar com os ostrogodos, que se instalaram na Mésia. Ele enviou o rei gótico Teodorico para a Itália como magister militum per italiam (Comandante-em-chefe da Itália), a fim de depor Odoacro. Em 493, Teodorico assassinou Odoacro durante um banquete, tornando-se então, o governante da Itália. Assim, apelando a Teodorico para conquistar a Itália, Zenão livrou o império oriental de um subordinado indisciplinado e manteve uma forma nominal de supremacia de suas terras.
Em 491, Anastácio I, um oficial civil de origem romana, tornou-se imperador, mas foi só em 498 que as forças do novo imperador efetivamente tomaram medidas contra a resistência isauriana. Anastácio revelou-se um reformador enérgico e um administrador capaz. Aperfeiçoou o sistema de cunhagem de Constantino I, pelo estabelecimento definitivo do peso do Follis, a moeda utilizada na maioria das transações diárias. Ele também reformou o sistema tributário e permanentemente aboliu o imposto Chrysargyron. O Tesouro do Estado continha a enorme quantia de 320,000 lbs (145,150 kg) de ouro, quando Anastácio morreu em 518.
Reinado de Justiniano
O auge deste império foi atingido durante o reinado do imperador Justiniano (527-565), que visava reconquistar o poder que o Império Romano havia perdido no ocidente. Com este objetivo, ele buscou uma relação pacífica com os persas, retomou o norte da África, a Itália e a Espanha. Durante seu governo, Justiniano recuperou grande parte daquele que foi o Império Romano do Ocidente.
Religião
A religião foi fundamental para a manutenção do Império Bizantino, pois as doutrinas dirigidas a esta sociedade eram as mesmas da sociedade romana. O cristianismo ocupava um lugar de destaque na vida dos bizantinos e podia ser observado, inclusive, nas mais diferentes manifestações artísticas. As catedrais e os mosaicos bizantino estão entre as obras de arte e arquitetura mais belos do mundo.
Os monges, além de ganhar muito dinheiro com a venda de ícones, também tinham forte poder de manipulação sobre sociedade. Entretanto, incomodado com este poder, o governo proibiu a veneração de imagens, a não ser a de Jesus Cristo, e decretou pena de morte a todos aqueles que as adorassem. Esta guerra contra as imagens ficou conhecida como A Questão Iconoclasta.
Sociedade bizantina
A sociedade bizantina era totalmente hierarquizada. No topo da sociedade encontrava-se o imperador e sua família. Logo abaixo vinha a nobreza formada pelos assessores do rei. Abaixo destes estava o alto clero. A elite era composta por ricos fazendeiros, comerciantes e donos de oficinas artesanais. Uma camada média da sociedade era formada por pequenos agricultores, trabalhadores das oficinas de artesanato e pelo baixo claro. Grande parte da população era formada por pobres camponeses que trabalhavam muito, ganhavam pouco e pagavam altas taxas de impostos.
Crise e Tomada de Constantinopla
Após a morte de Justiniano, o Império Bizantino ficou a mercê de diversas invasões, e, a partir daí, deu-se início a queda de Constantinopla. Com seu enfraquecimento, o império foi divido entre diferentes realezas feudais. Constantinopla teve sua queda definitiva no ano de 1453, após ser tomada pelos turcos.
Atualidade
Atualmente, Constantinopla é conhecida como Istambul e pertence à Turquia. Apesar de um passado turbulento, seu centro histórico encanta e impressiona muitos turistas devido à riquíssima variedade cultural que dá mostras dos diferentes povos e culturas que por lá passaram.
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